O aumento do IOF imposto sobre operações financeiras vem causando polêmica e gerando discussões intensas entre o governo federal, o Congresso Nacional e o setor produtivo. Para evitar o impacto direto desse reajuste sobre a população e a economia, o Palácio do Planalto busca alternativas capazes de garantir a arrecadação prevista de R$ 20 bilhões ainda em 2025. Entre as principais apostas do governo estão a taxação das bets, a tributação de criptomoedas e o adiantamento de recursos do leilão do pré-sal, estratégias que podem minimizar o impacto do aumento do IOF sobre as contas públicas.
A tributação das bets aparece como uma das soluções mais viáveis no curto prazo para substituir o aumento do IOF. O setor de apostas esportivas cresceu exponencialmente nos últimos anos no Brasil e já conta com 79 operadores legalizados, que investiram mais de R$ 2,4 bilhões para iniciar suas operações no país. O governo avalia que a elevação da carga tributária nesse segmento pode contribuir com até R$ 4 bilhões em impostos em 2025, o que reforça o potencial dessa medida para mitigar os efeitos do aumento do IOF.
Contudo, a possível taxação das bets também gera resistência. Associações de operadores do setor publicaram manifestos alertando para os riscos de um aumento excessivo de tributos. O argumento central é que o aumento da carga pode impulsionar a atuação de casas de apostas ilegais, reduzindo a arrecadação esperada e dificultando o controle regulatório. A discussão sobre o aumento do IOF tem, portanto, desdobramentos que envolvem tanto aspectos fiscais quanto estratégicos de combate à informalidade.
Outra alternativa ao aumento do IOF é a taxação das criptomoedas, uma forma de investimento que cresceu rapidamente no país e ainda não possui um marco regulatório consolidado. O governo pretende propor ao Congresso Nacional uma regulamentação que permita tributar transações com criptoativos. Embora ainda não haja um modelo definido, essa alternativa ao aumento do IOF pode trazer retornos relevantes à arrecadação federal e ao mesmo tempo estabelecer bases legais para um setor até então pouco fiscalizado.
Além das bets e criptomoedas, o governo também estuda antecipar recursos provenientes do leilão do pré-sal. Um projeto já foi encaminhado ao Congresso para autorizar a venda de petróleo em áreas ainda não concedidas, o que poderia gerar R$ 15 bilhões em 2025. A medida é considerada estratégica para compensar o aumento do IOF e garantir fluxo de caixa sem prejudicar a atividade econômica no curto prazo.
O aumento do IOF também levou o governo a considerar cortes nas isenções fiscais como medida complementar. A proposta em análise prevê uma redução de 10% nos benefícios fiscais ao longo dos próximos dois anos, o que poderia acrescentar R$ 80 bilhões à arrecadação. Essa abordagem, se adotada, poderia diluir a necessidade de um aumento expressivo do IOF, equilibrando as contas públicas sem gerar desgaste político adicional.
Os impactos do aumento do IOF também são debatidos no Congresso, com lideranças defendendo alternativas estruturantes de médio e longo prazo. Entre elas estão a revisão de gastos da máquina pública, a modernização da administração fiscal e o avanço da reforma administrativa. A intenção é evitar que ajustes pontuais como o aumento do IOF se repitam em momentos futuros, com medidas mais perenes para o equilíbrio fiscal.
O aumento do IOF segue como uma medida impopular e com repercussões amplas na economia, especialmente para setores como turismo, crédito e investimentos. Por isso, a busca por alternativas como as bets, as criptomoedas e os recursos do pré-sal se mostra urgente e necessária para evitar impactos negativos no consumo e nos investimentos. O desafio do governo é equilibrar arrecadação com estímulo ao crescimento, em um cenário fiscal cada vez mais desafiador.
Autor: Victor Castro