O cirurgião plástico Milton Seigi Hayashi explica que a busca por um corpo esculpido tornou-se uma das maiores tendências das últimas décadas, impulsionada pelo crescimento da cultura fitness e pela valorização da aparência física. Essa mudança de comportamento não apenas transformou hábitos alimentares e rotinas de exercícios, como também influenciou diretamente o campo da cirurgia plástica, que passou a oferecer técnicas mais precisas e naturais para atender às novas expectativas estéticas.
Como a cultura fitness transformou a relação com o corpo?
O movimento fitness ganhou força como um estilo de vida que valoriza o equilíbrio entre saúde, bem-estar e estética. No entanto, com o avanço das redes sociais e a disseminação de padrões corporais idealizados, muitos passaram a encarar o corpo como um projeto a ser constantemente aperfeiçoado. A prática de exercícios, antes associada apenas à saúde, passou também a ser um símbolo de disciplina, autocontrole e sucesso pessoal.
Segundo Milton Seigi Hayashi, esse fenômeno impactou profundamente a forma como as pessoas se enxergam. O corpo deixou de ser somente uma estrutura biológica e tornou-se uma expressão de identidade e status. Nesse contexto, a cirurgia plástica passou a desempenhar um papel importante ao ajudar indivíduos a alcançar resultados que complementam seus esforços físicos, respeitando, ao mesmo tempo, os limites naturais de cada organismo.

Quais procedimentos são mais procurados por quem segue a cultura fitness?
Com a popularização do estilo de vida fitness, surgiram novas demandas estéticas voltadas à definição corporal e à harmonização das proporções físicas. Entre os procedimentos mais procurados estão a lipoaspiração de alta definição (HDL), a lipoescultura e os implantes glúteos, que têm o objetivo de realçar a musculatura e esculpir contornos mais atléticos.
Além disso, procedimentos não cirúrgicos, como o bioestímulo de colágeno e os tratamentos de firmeza cutânea, ganharam espaço por proporcionarem resultados sutis e tempo de recuperação reduzido. Essas opções se tornaram atrativas para pessoas que desejam aprimorar a aparência sem comprometer sua rotina de treinos e cuidados diários. Conforme Hayashi, o principal desafio está em equilibrar os desejos do paciente com a naturalidade dos resultados.
Como a visão sobre o corpo está evoluindo?
A cirurgia plástica atua como uma aliada no processo de aprimoramento corporal, desde que seja realizada com ética e propósito. Hayashi frisa que ela não substitui o exercício físico nem a alimentação balanceada, mas pode complementar o resultado conquistado com dedicação e esforço. Por exemplo, a lipoescultura de alta definição pode destacar músculos já desenvolvidos, enquanto a abdominoplastia corrige flacidez e melhora a simetria do tronco.
A combinação entre o autocuidado e os avanços da cirurgia estética permite que o corpo seja valorizado naturalmente, sem exageros ou artificialidade. Nos últimos anos, observa-se um movimento de ressignificação da beleza e da forma física. A diversidade e a aceitação corporal vêm ganhando destaque, e a ideia de que existe um único tipo de corpo ideal está sendo gradualmente superada. Cada vez mais, o conceito de corpo esculpido passa a abranger diferentes biotipos e estilos de vida, valorizando a autenticidade e o bem-estar individual.
O equilíbrio entre estética e saúde
O impacto da cultura fitness na cirurgia plástica é inegável. A valorização do corpo esculpido trouxe avanços técnicos, novos procedimentos e uma maior conscientização sobre o autocuidado. No entanto, é fundamental compreender que a estética deve caminhar lado a lado com a saúde e o equilíbrio emocional.
Por fim, Hayashi destaca que o ideal é que o paciente busque a cirurgia como complemento de um estilo de vida saudável, e não como uma solução imediata. A beleza verdadeira está no equilíbrio — em se sentir bem com o próprio corpo, respeitando seus limites e celebrando suas conquistas.
Autor: Victor Castro